Tipos de implantes dentários: saiba mais sobre!
A perda dentária é um problema que acomete grande parte da população brasileira, levando a prejuízos estéticos, funcionais e até mesmo psicológicos.
Por isso, ao longo dos anos, diferentes tratamentos protéticos foram desenvolvidos para reabilitar esses indivíduos por meio da confecção das próteses removíveis parciais e totais.
No entanto, uma das principais limitações desse tipo de reabilitação convencional é a deficiência em estabilidade durante movimentos mastigatórios, fala e a dificuldade de adaptação por parte dos pacientes.
Avanços na engenharia odontológica tornaram possível o desenvolvimento de técnicas e materiais para tratamentos com próteses cada vez mais semelhantes à dentição natural, tanto estética quanto biomecanicamente, proporcionando conforto e equilíbrio, por meio dos implantes dentários osseointegrados.
E é justamente sobre eles o conteúdo de hoje! Continue a leitura para entender um pouco mais sobre o que são, quando são indicados, quais os tipos e como o procedimento é realizado.
O que são os implantes dentários
Implantes dentários são estruturas de titânio instaladas cirurgicamente no osso maxilar ou mandibular a fim de sustentar uma prótese dentária, seja ela unitária, parcial ou total.
Eles funcionam como uma raiz dentária artificial, possibilitando que a prótese instalada sobre eles tenha um suporte estável e natural, por meio da osseointegração.
A osseointegração nada mais é do que o mecanismo pelo qual o implante se adere ao osso e, para isso, é preciso que haja saúde periodontal prévia, quantidade e qualidade óssea para sustentá-lo, bem como higiene bucal meticulosa e acompanhamento clínico.
Os implantes são, em geral, mais caros que outros métodos de reabilitação oral, porém apresentam muitos benefícios frente a eles, como estabilidade, durabilidade, maior qualidade estética, conforto e segurança aos pacientes.
Tipos de implantes dentários
Atualmente existem diferentes tipos de implantes, e a diferença entre eles geralmente está relacionada aos modelos de conexões usados para a sustentação do elemento protético, a fim de garantir estabilidade, evitar o afrouxamento ou fratura dos parafusos ou pilares e permitir melhor distribuição de cargas.
Hoje são encontradas uma infinidade de opções no mercado, abaixo você pode conhecer as características dos tipos de conexões de hexágono externo, interno e de conexão cônica ou cone morse.
Conexão de hexágono externo
Foi o primeiro tipo de plataforma a ser projetada e utilizada. Os sistemas de implantes que apresentam a conexão hexagonal externa, tem a função de evitar desvios rotacionais da peça.
Entretanto, apesar de serem os mais comercializados devido sua simplicidade na instalação e apresentarem uma gama de componentes protéticos, são mais susceptíveis aos afrouxamentos de parafuso devido às suas propriedades mecânicas sob carregamento dinâmico. Isso impacta diretamente no sucesso ao longo prazo.
Conexão de hexágono interno
Esse tipo de plataforma interna é uma evolução do hexágono externo. Apresenta como vantagem a menor ocorrência de afrouxamento e fraturas do implante, bem como absorve melhor as cargas externas, dissipando-as.
Os implantes de conexão hexagonal interna apresentam também resistência mecânica, pois há uma área maior de contato entre o implante e o componente protético. Além disso, sua montagem é feita por meio de uma chave de torque, o que diminui o tempo cirúrgico e minimiza o risco de contaminação durante a cirurgia.
Entretanto, há também desvantagens como paredes laterais mais finas na área de conexão, dificuldades para se ajustar a ângulos divergentes entre os implantes e maior liberdade rotacional.
Conexão cônica ou em cone morse
O cone morse é um sistema de implante que possui conexão interna precisa e justa. Este tipo de conexão surgiu com o intuito de direcionar melhor as cargas recebidas para a região mais apical do implante, contrário do que ocorre no tipo de conexão externa.
Assim, ele veio ao mercado para se sobressair em relação aos hexágonos internos e externos, sendo desenvolvido para melhorar as propriedades biomecânicas dos conjuntos implante/pilar protético.
Esse tipo de implante possui resistência dinâmica e estática, bem como maior resistência ao afrouxamento de parafusos e, consequentemente, completa ausência de movimentos de rotação nos pilares.
Quando os implantes dentários são necessários?
Os implantes dentários são indicados quando há a necessidade de reabilitar uma área desdentada, podendo ser a região de um único dente, várias regiões ou mesmo para suportar próteses totais. Confira abaixo algumas situações nas quais os implantes dentários podem otimizar a saúde bucal do paciente:
Perda de um ou mais dentes
A ausência de dentes pode comprometer não apenas a estética, mas também a funcionalidade do sistema estomatognático. Os implantes são uma solução eficaz para reabilitar regiões de perdas dentárias e restaurar a saúde bucal com naturalidade.
Deterioração avançada dos dentes
Casos de deterioração dental avançada, seja devido à cárie, trauma ou outras condições, podem demandar a substituição dos dentes por meio de implantes para recuperar a funcionalidade. Nesses casos, a extração seguida da colocação de implante é uma solução que evita problemas maiores, como a perda óssea que ocorre quando uma região passa muito tempo sem ser reabilitada.
Melhoria na estabilidade de próteses dentárias
Existem casos em que o paciente se sente satisfeito com a estética da prótese removível, porém relata que remove a prótese para se alimentar. Isso demonstra que a prótese não está cumprindo o seu papel funcional por conta dos deslocamentos indesejados gerados durante a mastigação. Assim, os implantes dentários contribuem para uma melhoria substancial na estabilidade.
Melhoria na função mastigatória e fala
A maior estabilidade proporcionada pelos implantes dentários gera. Consequentemente, melhora na fala e na mastigação do paciente, pois com a prótese estável e sem deslocamentos, os movimentos realizados durante essas funções podem ocorrer plenamente e sem dificuldades.
Melhoria na estética e autoestima
Além dos benefícios funcionais, os implantes dentários têm um impacto significativo na estética e autoestima do paciente. Um sorriso completo e natural pode elevar a confiança e a satisfação pessoal.
Como é o procedimento de implantes dentários?
A colocação de implantes dentários envolve uma série de procedimentos que precisam ser realizados com exatidão, passo-a-passo, para que os resultados esperados possam ser obtidos com êxito. Conheça abaixo as etapas para o tratamento reabilitador com implantes:
Avaliação e planejamento
A avaliação clínica e anamnese é extremamente importante para o planejamento do tratamento. Além disso, exames radiográficos, como tomografias, podem ser empregados para avaliar a densidade óssea e a anatomia, a fim de garantir maior previsibilidade no tratamento.
As informações de saúde geral do paciente também precisam ser bem avaliadas, bem como hábitos como tabagismo e uso de medicamentos. Conhecer o paciente e sua saúde garante maiores chances de sucesso no tratamento.
Com base nessas informações, um plano de tratamento é elaborado, considerando a quantidade de dentes a serem substituídos, a condição do osso e as metas estéticas.
Nessa fase, algumas tecnologias avançadas podem garantir maior precisão e eficácia ao planejamento, dentre elas o uso de scanners intraorais, que representam uma evolução significativa em relação aos métodos convencionais de moldagem. Saiba mais sobre eles no nosso vídeo – Escaneamento para Implantes com o Scanner Intraoral Panda P2 – Aditek.
Cirurgia de implante
A fase cirúrgica começa com a administração de anestesia local para garantir o conforto do paciente. O cirurgião-dentista faz uma incisão na gengiva para expor o osso. O implante é então fixado no osso, e a incisão é fechada com pontos.
Cicatrização (osseointegração)
Após a cirurgia, inicia-se o período de osseointegração, durante o qual o osso ao redor do implante cicatriza e o implante se funde com o osso. Este processo pode levar algumas semanas e até meses, dependendo da saúde óssea do paciente e da complexidade do caso.
Colocação do pino de cicatrização ou conexão direta à coroa
Uma vez alcançada a osseointegração, pode ser necessário colocar um pino de cicatrização sobre o implante, moldando a gengiva para facilitar a futura conexão com a prótese. Em alguns casos, a coroa protética pode ser conectada diretamente ao implante, de forma imediata.
Moldagem dos dentes
Com o pino de cicatrização ou a conexão direta estabelecida, o próximo passo envolve a moldagem dos dentes. Impressões precisas são tiradas para criar uma réplica exata dos dentes, garantindo uma prótese personalizada e adequada.
Confecção da prótese ou coroa
Com base nas moldagens, a prótese ou coroa é fabricada. Durante esse processo, são considerados detalhes estéticos, como cor, forma e tamanho, para garantir uma aparência natural e harmoniosa com os dentes restantes.
Colocação da prótese ou coroa
A prótese ou coroa é cuidadosamente colocada sobre o implante. O profissional verifica a adaptação e a oclusão, assegurando que a restauração se integre de forma precisa e funcional ao conjunto dentário.
Ajustes finais
Por fim, são realizados ajustes finais para garantir o equilíbrio da mordida e a estética desejada. O paciente recebe instruções sobre os cuidados pós-operatórios e agendamentos para acompanhamento são programados.
Quando é necessário fazer enxerto ósseo?
Quando o paciente sofre perda dentária e demora um longo tempo até procurar pelo tratamento reabilitador, pode ocorrer perda óssea na região onde o dente perdido se localizava. Essa perda óssea alveolar tende a ser maior ao longo do tempo e pode ser influenciada por doenças sistêmicas, como a diabetes e osteoporose, bem como por hábitos nocivos, como o uso do tabaco e álcool.
Nesses casos, após uma avaliação criteriosa, o enxerto ósseo pode ser necessário previamente à instalação do implante dentário, a fim de aumentar a quantidade e qualidade do osso que receberá o implante, garantindo assim maiores chances de sucesso na osseointegração do mesmo e, consequentemente, um resultado satisfatório e com bom prognóstico.
Diferença entre implantes dentários e próteses
Por serem integrados ao osso, os implantes dentários oferecem maior estabilidade para a reabilitação oral com dentes artificiais, visto que as próteses parciais e totais sobre implantes não escorregam nem mudam de posição na boca durante a alimentação e fala.
Assim, a prótese sobre implante oferece ao paciente mais segurança em todas as funções bucais, proporcionando uma condição mais natural do que as próteses convencionais, as quais costumam ser mais desconfortáveis ou até inviáveis, devido à falta de adaptação ou desconforto durante o uso.
Com a colocação de implantes não é necessário preparar ou desgastar um dente natural como é feito em próteses fixas convencionais ou próteses parciais removíveis, e apresenta uma grande vantagem em relação à prótese total convencional inferior, visto que nesses casos a retenção e estabilidade é ainda mais desafiadora, devido à reabsorção óssea alveolar.
Por fim, uma outra diferença é, talvez, a que mais encanta os pacientes, que é a alta estética que a reabilitação sobre implantes dentários é capaz de oferecer, trazendo naturalidade ao sorriso e devolvendo a autoestima aos indivíduos reabilitados.
Conclusão
O desenvolvimento de diferentes tipos de implantes foi realizado a fim de obter melhor sucesso na união entre prótese e implantes, bem como do tratamento reabilitador como um todo. Leia mais conteúdos do blog da Aditek, feito por especialistas da área, e conheça os produtos de alta tecnologia da marca!
Referências
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