Biomateriais na odontologia: quais são e como utilizá-los corretamente
Se você é um profissional antenado nas tendências de mercado, técnicas e materiais, provavelmente já ouviu falar sobre os biomateriais. Porém, não é incomum que diversos profissionais não estejam familiarizados com esse tema, suas funções e os resultados propostos por esses materiais.
O que são biomateriais na odontologia?
A qualidade dos materiais que o profissional oferece é primordial para seu sucesso.
Os materiais bioativos são capazes de desenvolver atividade celular, por meio de reação química ou alterações em contato com o tecido, durante algum procedimento.
Esses tipos de materiais foram introduzidos ao uso na Saúde há séculos, com o objetivo de células e tecidos entrarem em contato com os materiais a fim de estimular, reparar ou substituir, mantendo-se integral e sem alterações em situações de doenças infecciosas, genéticas ou traumas.
A qualidade de vida dos pacientes pode ser favorecida com o uso desse tipo de material. O desenvolvimento dos biomateriais ocorreu, principalmente, no período pós-guerra, focando no desenvolvimento de reparação para os soldados que tiveram comprometimentos em seus membros.
O conceito de bioatividade teve seu início na reparação tecidual, sendo sua inserção na odontologia diretamente envolvida com o tecido ósseo, principalmente aquelas que eram consideradas irreparáveis. Ainda, o avanço nos estudos e desenvolvimento de materiais na área de nanotecnologia favorecem esse desenvolvimento ainda mais.
Tais tipos de materiais podem ser utilizados no organismo para reparação ou substituição tecidual, podendo ser de origem natural ou sintetizados em laboratório.
Qual o papel dos biomateriais na odontologia?
Na Odontologia, pode-se destacar o uso dos biomateriais na neoformação óssea e tecidual. Como esses materiais, em sua maioria, provêm de materiais naturais ou sintéticos, sendo semelhantes aos tecidos do corpo humano, se constituem como adequados para neoformação ou cicatrização tecidual.
Após o estímulo realizado, na forma de produção natural do próprio organismo, esses materiais integram-se na cicatrização, e o restante é decomposto gradualmente pelos processos metabólicos durante os procedimentos comuns do organismo.
A recomendação do material deve ser feita pelo profissional de saúde, com devido cautelas, aguardando-se resultados efetivos para o paciente.
Materiais bioativos na Odontologia restauradora e preventiva
Esses materiais podem ser utilizados também na odontologia preventiva e restauradora, com o uso em crianças em adultos, na intenção de desenvolvimento de novas técnicas e materiais com potencial envolvimento com os tecidos do organismo humano.
Algumas classificações podem ser realizadas para esse tipo de material, segundo sua aplicação nos procedimentos dentários. Conheça algumas delas:
Autógenos
Derivados do próprio paciente, de uma área doadora distante da área em que será inserido. Esse tipo tem como vantagem a ausência de rejeição, uma vez que as células são imunologicamente idênticas àquelas que entrarão em contato. Exemplo disso é a fibrina rica em plaquetas e leucócitos (L-PRF).
Homógenos
Tem como sinônimos “homólogos” ou “alógenos”; são aqueles que provêm de outros indivíduos, sendo da mesma espécie para a doação. A pele humana é um exemplo comum.
Heterógenos
Materiais orgânicos de outras espécies são a sua origem, tendo como capacidade ação sobre suporte para ingresso de células iniciadoras na formação de novas estruturas. Ossos de origem bovina demonstram esse tipo de material.
Tipos de biomateriais na odontologia
Esses podem ser divididos em metálicos, cerâmicos ou poliméricos. Conheça cada uma dessas classificações.
Metálicos
Proporcionam alta resistência ao impacto, apresentando baixa corrosão em relação aos fluidos fisiológicos. As próteses de titânio são um exemplo de biomateriais sintéticos metálicos.
Os metais tem grande aceitabilidade e bom desempenho mecânico, com alta resistência, garantindo que tudo o que é produzido com o mesmo possa ter alta durabilidade.
Sua aplicação na Odontologia pode ser considerada no uso de implantes dentários; além disso, os instrumentais utilizados também pelos profissionais, e aqueles que devem ser de aço inoxidável e ligas de titânio, são bem explorados nessa categoria.
Para ter uma boa aplicabilidade no corpo humano, deve-se seguir recomendações específicas, como é o caso da propriedade de biocompatibilidade, testes de resistência e corrosão.
Cerâmicos
Apresentam boa biocompatibilidade e resistência, além de pequena resistência à tração, sendo os materiais representantes dessa categoria alumina e zircônia.
Dispositivos de reconstrução odontológica e maxilofacial são os melhores exemplos do uso desse tipo de material. Os materiais cerâmicos apresentam alta compatibilidade química com tecidos rígidos, como os ossos e dentes.
Sendo a cerâmica um composto inorgânico, apresenta baixa condutibilidade elétrica e térmica, ainda sendo resistente ao desgaste, compressão e apresentando estabilidade no meio ácido.
Porém, esse tipo de biomaterial possui baixa resistência mecânica e ausência de superfícies totalmente não microporosas.
Poliméricos
Com boa compatibilidade, baixa resistência mecânica, o silicone, polietileno, polidioxanona, celulose, quitosana, gelatina, peptídeos, vidro em matriz de polimetacrilato de metila, compósitos odontológicos são o que podem constituir esses materiais.
Os materiais poliméricos se apresentam como uma extrema facilidade de fabricação, se comparados aos metálicos e cerâmicos.
Seu uso em Odontologia vai desde moldagem até cirurgias. Apresentam baixa densidade, sendo adequados na substituição de tecidos moles, porém, é importante lembrar e explorar caso apresentem toxicidade.
Além disso, os biomateriais podem ser classificados por resposta e efeito, em bioinertes, bioativos, biocompatíveis, bioabsorvíveis, bioartificiais e biorreatores.
Aplicações de biomateriais na odontologia
Em uso comum e geral, os biomateriais podem estar presentes em:
- Implantes
- Próteses
- Restaurações
Benefícios do uso de biomateriais na odontologia
Procedimentos menos invasivos
Tratamentos menos invasivos possibilitam um tempo cirúrgico menor e cicatrização mais rápida. Em se tratando de cirurgia, devemos saber que quanto menor a exposição do paciente, maior a taxa de sucesso. Por isso, é de preferência do profissional e dos pacientes que, se há a possibilidade disso, a utilização dos biomateriais pode ser vastamente considerada.
Tratamentos e atendimentos mais eficientes
O atendimento profissional também tende a ser otimizado quando se aplicam os biomateriais, sendo consideradas as taxas de aceitação dos pacientes, diminuindo a possibilidade de retrabalho.
Dessa forma, o paciente pode perceber que o profissional também se mantém atualizado quanto às tendências de métodos e aplicações clínicas, garantindo um melhor conforto e bem-estar ao paciente.
Conforto e satisfação ao paciente
Tratamentos alternativos, com boa experiência, bons resultados, podem garantir a fidelização do paciente. Conforto, hoje, é o que os pacientes buscam em um tratamento, não sendo mais necessários passar dias em recuperação, com o avanço da tecnologia e descoberta e desenvolvimento de materiais que possibilitem isso.
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