Bráquete: saiba tudo sobre essa peça ortodôntica essencial
A ortodontia é uma especialidade odontológica que utiliza uma grade de acessórios para corrigir e alinhar o sorriso do paciente, dentre elas bandas, tubos, fios, ligaduras elásticas, botões e molas. Mas existe uma peça que predomina em quase todos os tratamentos ortodônticos corretivos: o bráquete.
Hoje, você vai conhecer um pouco mais sobre eles e entender por que uma peça tão pequena é tão essencial na ortodontia!
O que é bráquete?
Os bráquetes são acessórios ortodônticos muito utilizados pelo ortodontista para a correção do alinhamento dentário, sendo utilizados em quase todos os dentes envolvidos no tratamento ortodôntico com aparelhagem fixa.
Alguns pacientes não gostam da ideia de tê-los em seus sorrisos, outros acham o máximo poder colocar aparelho fixo, no entanto são peças fundamentais no tratamento ortodôntico, pois permitem que a mecânica de movimento dentário planejada pelo ortodontista possa ser realizada.
Atualmente, o mercado conta com diferentes tipos de bráquetes, que podem ser escolhidos de acordo com a demanda do tratamento e demanda estética do paciente.
Para que serve o bráquete?
O bráquete tem a importante função de receber o fio ortodôntico, ou seja, não é ele quem gera a movimentação do dente, mas contribui para que o fio ortodôntico possa cumprir esse papel.
Desse modo, ele auxilia na aplicação de forças ortodônticas sobre os dentes e, consequentemente, no alinhamento desejado.
Apesar de existirem no mercado os aparelhos invisíveis, alguns casos não podem ser completamente solucionados com esses aparelhos e precisam do aparelho fixo com utilização de bráquetes.
Mais do que isso, no Brasil, a aparelhagem fixa ainda deve prevalecer, visto que é mais acessível financeiramente e, desse ponto de vista, a melhor opção para boa parte dos pacientes que querem alinhar o sorriso e não tem excelente condição financeira.
Tipos de bráquete
Como já comentado, existem no mercado uma variedade de tipos de bráquetes e eles não variam apenas em relação ao material em que são produzidos, mas em sua funcionalidade. Conheça as diferenças entre eles:
Convencionais
Os bráquetes convencionais são aqueles que necessitam de algum acessório para que o fio seja preso à sua canaleta, sejam as ligaduras elásticas ou metálicas.
Esse é o modelo de bráquete mais utilizado e sua principal vantagem é seu valor acessível. Enquanto sua principal desvantagem está no fato de gerar maior atrito entre a ligadura e o fio ortodôntico e, consequentemente, maior desconforto ao paciente durante o tratamento em relação a dor e, por vezes, tempo maior de tratamento.
Autoligados
Os aparelhos autoligados são capazes de receber o fio ortodôntico sem a necessidade de ligaduras para segurar o fio em seu interior. Além disso, são conhecidos por sua eficácia, pois o atrito é diminuído em até 4 vezes e o movimento dentário ocorre de forma mais livre.
Geralmente, o tratamento com esse tipo de aparelho é executado em menor tempo e com menos desconforto ao paciente, além da praticidade de reter menos alimentos e bactérias, facilitando a higienização.
No entanto, sua maior desvantagem é o custo, pois esses benefícios acabam por trazer um custo mais alto de investimento.
Linguais
Os bráquetes linguais recebem esse nome por conta da localização onde são colados. Ao invés de serem fixados na vestibular dos dentes, são fixados na lingual ou palatina dos elementos dentários.
Esse tipo de aparelho geralmente é escolhido em casos nos quais os pacientes querem que os bráquetes apareçam ao falarem ou sorrirem. No entanto, um fator bastante negativo pode ser o desconforto do paciente, visto que durante a fala e mastigação, a língua pode entrar em contato com as peças ortodônticas e ser lesionada.
Além disso, esse tipo de bráquete tem um valor mais elevado do que os bráquetes convencionais e autoligados, além de dificultar a higienização por não ser possível enxergá-lo.
Tipos de materiais
Por muito tempo o ortodontista e o paciente não tinham opção além dos bráquetes metálicos, no entanto, o avanço dos materiais odontológicos fez com que outros tipos de bráquetes fossem desenvolvidos para atender as diferentes demandas clínicas. Confira agora os tipos de bráquetes existentes no mercado em relação ao material em que são confeccionados:
Metálico
O bráquete metálico é feito de aço inoxidável que contém níquel, cromo-cobalto e titânio. Ele é ainda o mais utilizado pela maioria dos dentistas no Brasil, especialmente pelo seu ótimo custo-benefício, porém não são os mais estéticos do mercado odontológico.
Cerâmica
Os bráquetes de cerâmica são mais estéticos e duráveis, sendo um uma boa escolha quando o paciente apresenta o desejo de que o aparelho seja mais discreto. Seu tamanho é bastante semelhante ao bráquete metálico, no entanto sua cor é próxima a cor apresentada pelo esmalte dentário.
Para contribuir com a estética ofertada por esse tipo de bráquetes, os fios utilizados também podem ser brancos ou transparentes, tornando ainda mais difícil a percepção de que o paciente está usando aparelho, para quem observa seu sorriso.
A cor da cerâmica e do fio podem ser mantidas a longo prazo se o paciente realizar uma boa higienização, porém, as ligaduras elásticas mancham com mais facilidade e, com isso, a “invisibilidade” do aparelho é prejudicada.
Safira
Os bráquetes feitos de safira possuem ainda mais durabilidade que os de cerâmica, especialmente por serem transparentes e se adaptarem melhor a cor do dente de cada paciente, que pode variar.
A alteração de cor é ainda mais difícil de ocorrer se o paciente mantiver boa higienização, no entanto, também necessitam de ligaduras elásticas e com isso, o manchamento delas pode comprometer a estética, sendo necessárias trocas frequentes desses acessórios.
Como é de se esperar, esse tipo de bráquete possui alto custo em função das ótimas qualidades de seu desempenho e estética, no entanto, é bastante utilizado pelos ortodontistas quando o paciente opta por um sorriso mais discreto durante o tratamento ortodôntico.
Policarbonato
O bráquete de policarbonato é aquele recoberto com resina de cor transparente com o objetivo de conferir maior estética e discrição ao sorriso.
Apresenta um bom custo em relação às outras opções de materiais estéticos, porém não é possível utilizá-lo em todos os casos, pois sua resistência é menor e com isso existe maior risco de fraturas ou solturas quando utilizados em casos complexos.
Além da fragilidade, outra desvantagem é que a resina que o recobre é mais suscetível a alimentos com corantes, como sucos e café, o que pode fazer com que os efeitos estéticos durem muito pouco, a depender dos hábitos alimentares do paciente.
Como é feita a colagem dos bráquetes?
Antes da colagem dos bráquetes, é realizada a limpeza da superfície dos dentes, chamada de profilaxia. Após isso, é feito o isolamento relativo do arco dentário, com uso de afastador de tecidos moles e rolete de algodão. Isso é importante para se impedir que a superfície dentária seja contaminada com saliva, o que compromete o processo de colagem.
Estando o arco dentário devidamente isolado, é aplicado o ácido fosfórico sobre a superfície onde o bráquete será fixado e após 20 segundos essa superfície é lavada com água e seca com jato de ar.
Esse procedimento é realizado para deixar a superfície do esmalte mais porosa para que receba melhor o adesivo e resina, aplicados para a fixação do bráquete.
Após o correto posicionamento do bráquete é realizada a remoção dos excessos de resina e a fotopolimerização, ou seja, a aplicação de luz de led para o endurecimento da resina entre o dente e o bráquete.
Alguns ortodontistas realizam essa colagem dente a dente, posicionando cada bráquete no momento da colagem. Outros optam pela moldagem prévia do arco do paciente, posicionamento dos bráquetes em modelo de gesso, confecção de moldeira com os bráquetes posicionados e colagem de todos os bráquetes de uma só vez.
Porém, a colagem individual de cada bráquete é a técnica mais escolhida, pois se acredita que desse modo a durabilidade e resistência da colagem é maior.
O que fazer quando o bráquete descola?
O bráquete pode descolar por diferentes causas, como o descuido do paciente em relação a alguns tipos de alimentos ou hábitos, ou mesmo por algo relacionado com os procedimentos clínicos que envolvem sua colagem.
Quando ocorre a soltura do bráquete, é importante que o ortodontista avalie onde a falha ocorreu e, para isso, algumas reflexões podem ajudar:
- Existiu alguma falha no processo de colagem? Tenho um bom sistema adesivo e resina para esse procedimento?
- O posicionamento do bráquete foi adequado? Algum dente apresentou contato prematuro com o bráquete e por isso facilitou a soltura?
- Orientei adequadamente meu paciente em relação a alimentos ou a hábitos que devem ser evitados? Por exemplo, alimentos crocantes, duros, frutas inteiras, mordedura de lápis, caneta, unhas?
- Será que meu paciente apresenta bruxismo, disfunção temporomandibular ou algum tipo de desvio mandibular que esteja ocasionando a maior probabilidade de soltura do bráquete?
Essas perguntas contribuem para o entendimento da causa e que, mais do que isso, contribuem para a resolução do problema e melhoria do andamento do tratamento ortodôntico.
Orientações para o paciente
No início do tratamento ortodôntico, as orientações ao paciente são fundamentais para que ele possa desenvolver uma série de cuidados que contribuam com o tratamento.
Dessa forma, é importante preparar os pacientes para o caso de algum bráquete soltar e o que deve ser feito se isso ocorrer:
Veja, agora, algumas orientações importantes:
- Não tentar resolver o problema sozinho e que deve ligar no consultório relatando o problema para a melhor resolução;
- Peça ao paciente que traga consigo o bráquete, para uma avaliação da peça e a possível causa da soltura;
- Como a soltura de um bráquete pode envolver também a soltura do fio e com isso, possíveis lesões aos tecidos moles do paciente, ofereça ao paciente no início do tratamento um pouco de cera ortodôntica, que promoverá proteção caso haja soltura e desconforto ao paciente;
- Oriente em relação a alguns tipos de alimentos e hábitos que podem gerar a soltura de bráquetes e atrapalhar o tratamento;
Para a recolagem, é necessária a remoção das ligaduras elásticas, do fio ortodôntico e dos restos de resina presentes na superfície do dente em que o bráquete estava colado. Após isso, é realizado o procedimento de colagem já descrito e reposicionamento do fio ortodôntico e ligaduras.
Conclusão
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