O tratamento odontológico sempre busca pela manutenção ou reconstrução de um sorriso funcional e estético, o que, consequentemente, necessita da evolução de diferentes materiais e técnicas clínicas. 

A evolução dos materiais odontológicos precisa aliar estética, propriedades mecânicas e biocompatibilidade, a fim de garantir com segurança a capacidade de resistir a forças abrasivas e mastigatórias durante sua função.

O cimento resinoso é um dos materiais que passou por essas evoluções a fim de atender novas demandas para melhor fixação de peças protéticas, ortodônticas ou restauradoras. No conteúdo de hoje, você vai entender um pouco mais sobre eles e aprender sobre suas indicações, vantagens e limitações. Continue a leitura!

O que é cimento resinoso?

Geralmente, quando havia necessidade de cimentação de peças metálicas ou metalocerâmicas, era utilizado o cimento de fosfato de zinco, no entanto, devido à algumas desvantagens apresentadas por esse material, como sua alta solubilidade e falta de adesão aos substratos dentários, outros materiais passaram a ser estudados e desenvolvidos a fim de suprir essa demanda. 

Desse modo, surgiram os cimentos resinosos indicados para restaurações estéticas indiretas e peças protéticas e ortodônticas. Eles chegaram ao mercado com o intuito de otimizar a cimentação odontológica, minimizando tempo de trabalho e simplificando a prática clínica, com a combinação de propriedades mecânicas favoráveis, estética e adequada adesão à estrutura dentária.

Existem, atualmente, três tipos de cimento resinoso odontológico disponíveis no mercado, cada qual com seu mecanismo de formação da matriz e indicações. Na ortodontia, o cimento mais indicado é o fotoativado e dual. 

Para que serve o cimento resinoso na odontologia?

Alguns procedimentos odontológicos dependem da cimentação de peças e adesão delas às estruturas dentárias. Dentre esses procedimentos, pode haver ou não a necessidade estética, e diferentes graus de fixação necessária, o que contribuirá para a escolha do tipo de cimento resinoso a ser utilizado. 

Por ser um material de baixa viscosidade e fácil adesão a estruturas metálicas, resinosas e de porcelana, eles podem ser utilizados em diversas situações, como cimentação de peças protéticas, restauradoras, bráquetes, bandas ortodônticas e etc., apresentando resultados satisfatórios e duradouros.

Tipos de cimento resinoso

Como todos os cimentos envolvem materiais que reagem entre si, é importante que se saiba se o paciente já passou por procedimentos semelhantes antes e se houve alguma reação alérgica. A indicação de cada tipo de cimento resinoso dependerá de diferentes fatores e só o profissional responsável pelo caso clínico poderá indicar o melhor para o paciente, após avaliar as individualidades apresentadas por ele. 

Autopolimerizáveis

São também chamados de cimentos quimicamente ativados, ou seja, têm seu processo de ativação por meio de uma reação química que se dá pela mistura de suas duas partes na preparação do procedimento. Após isso, a mistura seca em poucos minutos, o que reduz o tempo de trabalho do profissional. Esse cimento tem melhor desempenho na cimentação de peças metalocerâmicas, restaurações metálicas-fundidas e peças indiretas, pois a fotopolimerização não seria efetiva nesses casos. 

A principal desvantagem desse tipo de material é a pouca opção de cor, que pode alterar o resultado estético final. 

Fotopolimerizáveis

Os cimentos fotopolimerizáveis tem sua polimerização realizada por meio da exposição à luz ultravioleta em coloração azul. Desse modo, os fotopolimerizáveis têm um tempo de trabalho controlável, pois só tomam presa após serem expostos à luz, o que faz sua indicação ser maior em casos de cimentações que demandam maior tempo. Além disso, as estruturas devem ter espessura máxima de 1 milímetro para adequada passagem da luz e polimerização do cimento. 

Assim, a recomendação de uso inclui a cimentação de facetas de porcelana, restaurações indiretas, bandas ortodônticas. Os cimentos fotopolimerizáveis oferecem uma boa adesão e estabilidade de cor ao longo do tempo.

Duais

Os cimentos resinosos duais aliam as propriedades dos cimentos fotopolimerizáveis e dos quimicamente ativados, ou seja, o processo de polimerização ocorre quimicamente e por meio da exposição à luz ultravioleta. É necessária uma dupla ativação para que a cimentação ocorra completamente, com ambos os métodos. Seu tempo de trabalho, portanto, é razoável e sua indicação inclui peças com até 3 milímetros de espessura, sendo indicado para cimentação de pinos de vidro e restaurações opacas.

Como usar o cimento resinoso no consultório odontológico?

Condicionar estruturas como esmalte e dentina tem a finalidade de criar a retenção necessária para fixação estável e duradoura das peças protéticas, prevenir infiltração marginal e impermeabilizar a dentina, o que, consequentemente, evita infiltração e sensibilidade pós-operatória. Confira abaixo alguns condicionamentos que podem ser realizados para otimizar a utilização do cimento resinoso no consultório odontológico:

• Condicionamento com ácido ortofosfórico 37%: Desmineralização de esmalte e dentina, criando micro retenções no esmalte e expondo fibras colágenas da dentina peri e intratubular;
• Aplicação de adesivo e fotopolimerização: Promove, através dos tags de resina em esmalte e da camada de hibridização na dentina, a adesão necessária para retenção das peças protéticas;
• Condicionamento da peça com Ácido fluorídrico (9-12%) 1 min: Cria retenções e expõe a sílica de sua superfície;
• Aplicar agente silano e adesivo: O silano serve de ligação entre a superfície cerâmica e os cimentos resinosos.

Quando utilizar o cimento resinoso?

Como abortado durante esse conteúdo, os cimentos resinosos são largamente empregados, pois eles podem se aderir tanto em dentina como esmalte, além de poderem ser associados a sistemas adesivos e unir-se quimicamente aos materiais restauradores compósitos e à porcelana silanizada. Abaixo você pode conferir as principais indicações de cada tipo de cimento resinoso: 

• Quimicamente ativados: Peças indiretas muito espessas (2,5mm); restaurações metalocerâmicas; núcleos e pinos;
• Fotoativados: Facetas de porcelana ou resina composta; Restaurações indiretas que permitam a passagem de luz; bráquetes ortodônticos metálicos ou cerâmicos;
• Duais: Peças de espessura média (2,0mm); restaurações muito opacas; núcleos e pinos.

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Portanto, existem alguns tipos diferentes de cimentos resinosos, mas quem determinará o melhor a ser utilizado será o profissional, de acordo com a avaliação individual de cada caso clínico e procedimento. Essa decisão será assertiva com base em diagnósticos adequados e elaboração eficaz do plano de tratamento. 

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