Detergente enzimático: o que é, para o que serve e como usar no consultório odontológico
A rotina odontológica envolve a utilização de diferentes instrumentais a cada atendimento, e prezar pela adequada limpeza deles é fundamental para oferecer o melhor aos pacientes, evitar contaminação cruzada, promover a biossegurança e, também, aumentar a durabilidade dos instrumentos odontológicos.
Isso porque, por serem utilizados na cavidade bucal, os instrumentos odontológicos podem se contaminar, por exemplo, com saliva, sangue, secreções e tecidos como gengiva e osso. Por isso, para serem utilizados, eles sempre devem estar esterilizados.
Mas, antes do processo de esterilização, deve ser realizada adequada limpeza e o detergente enzimático é um grande aliado nisso!
Quer entender o porquê? Então continua com a gente!
O que é detergente enzimático?
Os detergentes comuns promovem emulsificação e suspensão de gordura, diminuindo a tensão superficial da água e auxiliando na remoção de resíduos que se aderem nas superfícies dos instrumentais durante os procedimentos clínicos.
No entanto, os enzimáticos oferecem à sua clínica o poder da biotecnologia a favor da limpeza!
Biotecnologia? Sim! Você não entendeu errado!
Apesar de existirem diferentes marcas comerciais e serem utilizados há algumas décadas, esse tipo de detergente ainda se trata de uma inovação, visto que funciona à base de enzimas, as quais aceleram processos biológicos e são formadas por cadeias de pequenas moléculas de aminoácidos extraídos de microrganismos vivos.
As principais enzimas presentes em detergentes enzimáticos para fim odontológico são as proteinases, amilases e lípases. E outras importantes características do detergente enzimático é que ele possui pH neutro e com isso não é corrosivo diante dos instrumentais e nem tóxico para quem o utiliza.
Além disso, o detergente enzimático não produz espuma, o que permite melhor visualização do instrumental durante o processo de limpeza e não gera danos, como o manchamento.
Para que serve o detergente enzimático?
O detergente enzimático apresenta como principal função o aceleramento de reações químicas que promovem a degradação de resíduos orgânicos, ou seja, no processo da limpeza dos instrumentais odontológicos, as enzimas presentes em sua formulação agem como catalisadoras do rompimento de cadeias complexas de proteína, gordura, carboidrato e amido.
Isso significa que ele exerce ação sobre substratos como a saliva, sangue, muco, tecidos e secreções em geral, promovendo uma limpeza mais profunda do que o detergente convencional, pois possui essa capacidade de rápida e precisa dissolução de material orgânico, contribuindo para um alto grau de limpeza dos instrumentais e apresentando como vantagem extra a biodegrabilidade dos componentes presentes em sua fórmula.
Assim, a escolha de utilizar um detergente enzimático em seu consultório além de ser uma excelente forma de otimizar a limpeza de seus instrumentais, tornando-a mais rápida e eficiente, também pode contribuir com o meio ambiente, pois se trata de um produto biodegradável e sustentável, características extremamente importantes no mundo contemporâneo.
Como usar o detergente enzimático no consultório odontológico?
Agora que você já compreendeu o potencial apresentado pelo detergente enzimático, separamos para vocês dicas de utilização!
No entanto, é importante lembrar que o preparo da solução e tempo de imersão pode variar de acordo com cada fabricante e, por isso, é importante seguir com atenção as recomendações presentes no rótulo da embalagem do produto que você adquirir.
Em geral, após um breve enxágue dos instrumentais usados para remoção de resíduos mais grosseiros, acrescenta-se cerca de 3 a 5 ml de produto para cada litro de água, e essa mistura deve ser depositada em um recipiente de tamanho suficiente para que seus instrumentais fiquem submersos na solução por um período de tempo estipulado pelo fabricante, o qual costuma variar entre 3 a 10 minutos.
Em seguida, deve ser realizada uma delicada limpeza mecânica para a remoção dos restos de resíduos degradados. Nesse ponto, alguns estudos indicam que essa limpeza seja realizada com a utilização de escovas de aço, no entanto, outros estudos indicam escovas sintéticas macias para evitar o desenvolvimento de ranhuras durante o processo de lavagem e com isso um maior risco de retenção de material orgânico.
Após a limpeza mecânica, enxágue os instrumentais, seque com toalhas que não soltem felpos ou papel toalha e se prepare para o processo de embale e esterilização.
Dicas importantes:
- Quanto mais reentrâncias apresentar o instrumental a ser lavado, maior atenção em relação a limpeza ele requer, visto que isso facilita a aderência de microorganismos e outros substratos orgânicos.
- Além disso, o detergente enzimático possui maior ação sobre substratos que ainda não secaram nos instrumentos, ou seja, após os atendimentos, desenvolva a prática de realizar esse procedimento em um breve intervalo de tempo, para que os resíduos não sequem.
Conclusão
Por fim, se você valoriza e busca constante evolução para sua clínica e carreira, uma limpeza de alto desempenho dos seus instrumentais pode ser um detalhe, com excelente custo-benefício, que entregará melhor qualidade de biossegurança para seus clientes e sua equipe!
Lembre sempre que os bastidores são fundamentais para a apresentação final de todo serviço de qualidade!
Se você gostou de aprender com tudo isso, siga com a gente e usufrua de conteúdos preparados especialmente para você! Até a próxima!