Maloclusão: quais são os tipos? Entenda!
A maloclusão, um termo que descreve o desalinhamento ou encaixe incorreto dos dentes quando as arcadas dentárias se fecham, é uma condição comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Mais do que um simples problema estético, a maloclusão pode ter impactos significativos na saúde bucal, na função mastigatória, na fala e até mesmo na saúde geral do indivíduo.
Compreender os diferentes tipos de maloclusão é essencial não apenas para os profissionais da odontologia, mas também para o público em geral, pois esse conhecimento pode levar a diagnósticos mais precoces, tratamentos mais eficazes e, em alguns casos, até mesmo à prevenção de problemas mais sérios no futuro.
Neste conteúdo, exploraremos os principais tipos de maloclusão, suas causas, sintomas e as opções de tratamento disponíveis, fornecendo uma visão abrangente deste importante aspecto da saúde bucal. Continue a leitura!
O que é a Maloclusão?
A maloclusão é um termo odontológico que se refere a qualquer desvio do alinhamento ideal dos dentes e da forma como as arcadas dentárias superior e inferior se encaixam.
Em uma oclusão normal, os dentes superiores se sobrepõem ligeiramente aos inferiores, e as cúspides dos molares se encaixam perfeitamente nos sulcos dos dentes opostos.
No entanto, na maloclusão, esse equilíbrio é perturbado, resultando em diversos tipos de desalinhamentos dentários ou discrepâncias entre os maxilares. Essa condição pode afetar a aparência facial, a função mastigatória, a fala e, em alguns casos, até mesmo a respiração.
As causas da maloclusão são variadas e podem incluir fatores genéticos, como o tamanho e a forma herdados dos maxilares, bem como fatores ambientais, como hábitos de sucção prolongados na infância, perda prematura de dentes decíduos, ou padrões respiratórios alterados.
É importante ressaltar que a maloclusão não é apenas um problema estético; pode levar a uma série de complicações de saúde, incluindo desgaste dentário irregular, dificuldades na mastigação e na fala, maior risco de trauma dentário, problemas na articulação temporomandibular e, em alguns casos, impactos psicológicos devido à insatisfação com a aparência.
Dessa forma, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da maloclusão são cruciais para prevenir estas complicações e promover uma saúde bucal ótima ao longo da vida.
Classes e tipos de maloclusão
Existem diferentes tipos de maloclusão, alguns relacionam-se com alterações esqueléticas, enquanto outros com alterações dentárias, e por fim, também pode existir a combinação entre essas alterações. A seguir, você conhecerá as Classes e tipos de maloclusões.
Classe I:
A maloclusão de Classe I é caracterizada por uma relação normal entre os molares superiores e inferiores, mas pode apresentar problemas de alinhamento ou posicionamento dos dentes individuais.
Nesta classe, a cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior oclui no sulco vestibular do primeiro molar inferior, que é considerada a relação ideal. Os problemas comuns nesta classe incluem:
- Apinhamento dentário
- Diastemas (espaços entre os dentes)
- Mordida cruzada anterior ou posterior
- Mordida aberta
- Overjet aumentado (projeção horizontal excessiva dos dentes superiores)
Embora a relação entre os maxilares seja correta, a Classe I ainda pode requerer tratamento para corrigir o alinhamento dos dentes e melhorar a função e estética.
Classe II:
A maloclusão de Classe II, também conhecida como distoclusão, é caracterizada por uma relação distal (para trás) da mandíbula em relação à maxila. Nesta classe, o primeiro molar inferior está posicionado posteriormente em relação ao primeiro molar superior.
A Classe II é subdividida em duas categorias:
- Divisão 1: Caracterizada por incisivos superiores protuídos, resultando em um overjet aumentado.
- Divisão 2: Os incisivos centrais superiores estão retruídos, enquanto os incisivos laterais superiores estão protruídos.
A Classe II pode resultar em um perfil facial convexo, com o queixo recuado, e frequentemente requer tratamento ortodôntico ou, em casos mais severos, cirurgia ortognática.
Classe III:
A maloclusão de Classe III, também chamada de mesioclusão, é caracterizada por uma relação mesial (para frente) da mandíbula em relação à maxila. Nesta classe, o primeiro molar inferior está posicionado anteriormente em relação ao primeiro molar superior. Características comuns incluem:
- Mordida cruzada anterior (os dentes inferiores sobrepõem-se aos superiores na frente);
- Perfil facial côncavo;
- Prognatismo mandibular (mandíbula proeminente);
- Possível subdesenvolvimento da maxila.
A Classe III é frequentemente mais desafiadora de tratar, especialmente em adultos, e pode requerer uma combinação de ortodontia e cirurgia ortognática em casos severos.
Mordida aberta:
A mordida aberta ocorre quando há um espaço vertical entre os dentes superiores e inferiores quando a boca está fechada. Pode ser anterior (na frente) ou posterior (nos lados). Geralmente causada por hábitos como sucção de dedo ou posicionamento incorreto da língua. Pode afetar a mastigação e a fala.
Mordida cruzada:
Na mordida cruzada, alguns dentes superiores se posicionam internamente em relação aos inferiores. Pode ser anterior (dentes da frente) ou posterior (dentes do fundo). Causada por desenvolvimento assimétrico dos maxilares ou hábitos na infância. Pode levar a desgaste dentário irregular e assimetria facial.
Sobremordida:
Também chamada de mordida profunda, ocorre quando os dentes superiores cobrem excessivamente os inferiores na região frontal. Pode causar desgaste dos dentes inferiores, problemas gengivais e disfunção da articulação temporomandibular. Frequentemente associada a um perfil facial côncavo.
Apinhamento dentário:
Ocorre quando não há espaço suficiente na arcada para o alinhamento adequado de todos os dentes. Resulta em dentes sobrepostos ou rotacionados. Pode dificultar a higiene bucal, aumentando o risco de cáries e doenças periodontais. Geralmente tratado com expansão do arco, desgastes interproximais ou extrações seguidas de ortodontia.
Diastemas:
São espaços ou lacunas entre os dentes, mais comumente observados entre os incisivos centrais superiores. Podem ser causados por discrepância no tamanho dos dentes, ausência de dentes ou hábitos como a interposição lingual. Embora às vezes considerados estéticos, diastemas grandes podem afetar a fala e a autoestima.
Cada uma dessas Classes e tipos de maloclusão requer uma abordagem de tratamento específica, que pode incluir ortodontia, terapia mio funcional ou, em alguns casos, cirurgia ortognática.
O que causa maloclusão?
As maloclusões possuem, em geral, fatores etiológicos múltiplos, podendo ser geradas por fatores genéticos, ambientais ou ambos. Compreenda agora os principais fatores etiológicos da maloclusão:
- Hereditariedade: Fatores genéticos podem influenciar o tamanho e forma dos maxilares, bem como o padrão de crescimento facial, predispondo a certos tipos de maloclusão.
- Hábitos orais (chupeta, sucção do polegar): Hábitos prolongados podem alterar o desenvolvimento normal dos maxilares e a posição dos dentes, especialmente se persistirem além dos 3-4 anos de idade.
- Perda prematura de dentes de leite: Pode levar à migração dos dentes adjacentes, causando problemas de espaço e alinhamento para os dentes permanentes.
- Espaçamento ou apinhamento dentário: Discrepâncias entre o tamanho dos dentes e o espaço disponível nos maxilares podem resultar em maloclusão.
- Anomalias de desenvolvimento dentário: Alterações na formação, número ou erupção dos dentes podem afetar o alinhamento e a oclusão.
- Traumatismos ou lesões: Impactos na face ou nos maxilares durante o crescimento podem alterar o desenvolvimento normal, resultando em maloclusão.
Tipos de tratamentos para as maloclusões
Graças a evolução da ortodontia, atualmente existe uma série de possibilidades de tratamento de acordo com cada tipo de maloclusão. Confira abaixo os principais tipos de tratamentos para maloclusões:
- Ortodontia com aparelhos fixos: Brackets e fios metálicos ou cerâmicos colados aos dentes, aplicando forças contínuas para movimentá-los. Eficaz para a maioria dos tipos de maloclusão.
- Aparelhos removíveis: Dispositivos que podem ser retirados pelo paciente, usados para correções menores ou como complemento ao tratamento fixo.
- Alinhadores transparentes: Conjunto de placas que são trocadas de forma sequencial e possuem movimentações programadas para cada dente. Podem tratar qualquer tipo de maloclusão, podendo necessitar uso de mecânicas acessórias ou ancoragem.
- Aparelhos ortopédicos funcionais: Usados principalmente em crianças e adolescentes para guiar o crescimento dos maxilares, corrigindo discrepâncias esqueléticas.
- Expansores palatinos: Aparelhos que alargam o arco superior, corrigindo mordidas cruzadas e criando espaço para alinhamento.
- Cirurgia ortognática: Procedimento cirúrgico para corrigir discrepâncias severas nos maxilares, frequentemente combinado com ortodontia.
- Extrações dentárias: Em casos de apinhamento severo, a remoção estratégica de dentes pode criar espaço para alinhamento.
- Tratamento interceptivo: Intervenção precoce em crianças para prevenir o agravamento de problemas de maloclusão.
- Dispositivos de ancoragem temporária (mini implantes): Pequenos implantes usados para fornecer ancoragem adicional durante o tratamento ortodôntico.
- Terapia mio funcional: Exercícios para reeducar os músculos faciais e da língua, complementando outros tratamentos.
- Desgaste seletivo: Ajuste da superfície dos dentes para melhorar o encaixe em casos de discrepâncias menores ou eliminar contato prematuro.
- Restaurações dentárias: Em alguns casos, coroas, facetas ou restaurações em resina podem ser usadas quando existe apenas um suave desalinhamento dentário, sem alteração funcional.
A escolha do tratamento depende do tipo e severidade da maloclusão, idade do paciente, e outros fatores individuais. Frequentemente, uma combinação de abordagens é necessária para alcançar os melhores resultados.
Conclusão
O tratamento adequado das maloclusões não apenas melhora a estética, mas também promove uma melhor função mastigatória, saúde bucal e qualidade de vida geral. À medida que a tecnologia e as técnicas continuam a evoluir, o futuro promete soluções ainda mais eficazes e personalizadas para estas condições tão prevalentes.
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Referências:
https://revistas.unilago.edu.br/index.php/revista-cientifica/article/view/745