O que é prognatismo?

O prognatismo mandibular ou maxilar consiste numa das muitas deformações maxilofaciais resultantes da alteração de crescimento do esqueleto facial, associada a alterações estéticas importantes, modificações do posicionamento dentário com as consequentes alterações da oclusão dentária e com uma grande repercussão no aparelho estomatognático interferindo na mastigação, deglutição e fonação. 

Causas do Prognatismo

A seguir, confira as principais causas do Prognatismo Mandibular.

Síndrome do nevo basocelular ou a síndrome de Crouzon

Na maioria dos casos, esta doença é causada pela mutação de um gene chamado fator de crescimento fibroblástico do gene receptor, de dois ou mais receptores FGFR2. Assim, acontece sinostoses craniofacial congênita pelo fechamento prematuro das suturas coronais, sagitais e lambdóide, que produz um crescimento anormal do crânio, assimetria fácil e uma retrognatia maxilar enquanto a mandíbula crescendo de forma lenta, mas gera um efeito de prognatismo mandibular.

Hábitos como sucção de dedos, chupeta e outros objetos

Existem alguns hábitos que proporcionam na criança uma alteração no crescimento, como a sucção digital que começa na vida fetal aproximadamente na 29ª semana de gestação. 

No começo da vida é um hábito normal dos recém nascidos e que permanece durante os primeiros meses de vida, mas, quando este hábito permanece de forma prolongada por um longo período (mais de um ano), causa efeitos negativos. Assim como, também, o uso prolongado da chupeta, comprovado cientificamente que estes efeitos de sucção induzem o crescimento normal do complexo maxilar e mandibular.

Alguns efeitos colaterais da prática prolongada de estes hábitos podem ser uma barreira para o crescimento normal da mandíbula e da máxima, assim como, também, provocar uma mordida aberta anterior ou uma mordida cruzada posterior seja unilateral ou bilateral.

Gigantismo

A superprodução do hormônio de crescimento (somatropina) provoca um crescimento descontrolado. Nas crianças este transtorno se conhece como gigantismo e em adultos se denomina acromegalia.

Como a mandíbula é um osso que tem um tempo prolongado de crescimento, devido a esta sobre produção de hormônio, origina-se um avanço excessivo da mandíbula.

Interposição lingual

A interposição lingual exerce uma força excessiva nos músculos peribucais e sobre o crescimento das maxilas, gerando também uma mordida aberta entre outros efeitos colaterais.

Bruxismo

Ranger os dentes (bruxismo), deformações faciais desde o nascimento, estresse e tensão muscular também são causas frequentes no desvio normal no crescimento, podendo gerar um aumento excessivo da mandíbula.

Estresse

O estresse pode ocasionar uma oclusão assimétrica, e estudos informam que assimetrias na parte inferior da face podem ser indicativas de doenças crônicas na população da mesma forma que as assimetrias no crânio tem sido associadas com doenças degenerativas em algumas populações.

Tensão muscular

O prognatismo pode afetar a mastigação e causar tensão nos dentes e nos músculos da mandíbula.

Alteração de respiração (respiração bucal)

Uma das principais causas da respiração bucal é a falta de desenvolvimento das vias aéreas, podendo gerar uma atresia maxilar. Qualquer modificação no crescimento dos músculos da face podem fortemente incidir no crescimento ideal tanto da maxila como da mandíbula, alterando assim também sua forma e função.

Sintomas do Prognatismo

Os sintomas do prognatismo mandibular podem passar despercebidos, como se fossem uma reação involuntária do corpo. Mas é importante ficar atento a qualquer alteração para evitar problemas maiores e ficar atento aos sintomas da doença, dentre os quais podemos citar

1. Zumbidos no ouvido: 
2. Dores de cabeça crônicas e enxaqueca
3. Pressão atrás dos olhos
4. Mastigação dificultosa
5. Maxilar travado e deslocamento da mandíbula
6. Inchaço no rosto
7. Sensação de desencaixamento dos dentes

Como é feito o diagnóstico de prognatismo? 

Existem certos parâmetros para diagnosticar se há um prognatismo mandibular, que é o avanço excessivo da mandíbula, ou se houve um atraso no crescimento e desenvolvimento do maxilar. 

Assim, o especialista fará algumas perguntas relacionadas à família e à história clínica do paciente:

• Existe um histórico familiar?
• Há dificuldade para falar, morder ou mastigar?
• Que outros sintomas você tem?

Alguns dos testes de diagnóstico incluem:

• Raio-X do crânio
• Raios-X dentários
• Impressões da mordida

Como tratar o prognatismo

O prognatismo mandibular pode ser corrigido com o avanço da maxila ou retardando o crescimento da maxila, em alguns casos aplicamos tratamentos ortopédicos ou cirúrgicos que irei detalhar nas próximas linhas.

Tratamento de Ortopedia funcional dos maxilares:

Geralmente é colocado um dispositivo removível em pacientes que estão na fase de crescimento, que se ajusta na cabeça, levando e direcionando a maxila para frente e, ao mesmo tempo, tentando controlar o crescimento da mandíbula.

Na atualidade, com o avanço da tecnologia, cada vez menos vem sendo utilizado o aparelho extra oral devido ao desconforto e dificuldade para o paciente continuar com o dispositivo pelo total de horas necessárias para poder chegar a um tratamento de sucesso. 

Assim, surgiram os acessórios ortodônticos chamados de mini implantes ortodônticos a onde a ancoragem e diretamente no osso, procedimento que pode ser facilmente realizado no consultório por um especialista.

Cirúrgica

Dois fatores importantes para a decisão de um tratamento cirúrgico são: idade do paciente e gravidade do quadro. 

Quando se trata de pacientes que não estão mais na fase de crescimento e com prognatismo severo, a cirurgia será essencial para colocar a mandíbula no lugar. 

Existem várias técnicas cirúrgicas que dependerão do tipo da gravidade do prognatismo, bem como da preferência e habilidades do cirurgião maxilofacial. A intervenção é realizada sob anestesia local ou geral.

Conclusão

A intervenção precoce de esta disfunção pode determinar se o paciente necessitará passar por um procedimento cirúrgico na fase adulta.

Portanto, é aconselhável levar as crianças às consultas odontológicas nas fases iniciais. Assim, o especialista saberá diagnosticar e avaliar qual será o melhor tratamento. 

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