Propulsores Mandibulares: entenda tudo sobre esse tipo de aparelho!
Você sabe o que são os propoulsores mandibulares?
A ortodontia atua no tratamento de diferentes maloclusões dentárias, proporcionando o alinhamento do sorriso e tornando-o mais harmonioso. No entanto, o trabalho do ortodontista vai muito além de dentes e, por vezes, o problema do paciente também, sendo necessário tratar maloclusões que surgem como consequência do desequilíbrio na relação entre estruturas ósseas.
A maloclusão esquelética de Classe II é um exemplo de alteração na qual o tratamento precisa agir sobre os ossos da face, o que pode ser um desafio para o ortodontista, visto que o sucesso está na utilização do aparelho adequado no tempo correto.
O conteúdo de hoje abordará um dos tipos de aparelhos que podem ser utilizados para o tratamento desse tipo de alteração: os propulsores mandibulares. Continue a leitura para entender tudo sobre esse tipo de aparelho!
O que são propulsores mandibulares?
A Classe II esquelética é uma discrepância óssea que pode ocorrer pela protrusão da maxila, retração da mandíbula ou a combinação de ambas as alterações. Desse modo, seu tratamento varia de acordo com as características do desequilíbrio ósseo e a idade do paciente, sendo mais indicado que o tratamento se inicie pouco antes da fase de pico de crescimento da criança ou adolescente, sendo mantido cuidados até o fim do crescimento mandibular.
O propulsor mandibular é um dos tratamentos que podem contribuir para a resolução da Classe II, especialmente quando a análise cefalométrica indica que o problema está ocorrendo em função de uma deficiência no crescimento horizontal da mandíbula, pois ele é um aparelho funcional que atua por meio da estimulação do crescimento mandibular.
Qual a função dos propulsores mandibulares?
Estudos demonstram que o propulsor mandibular estimula o fluxo sanguíneo na zona bilaminar do côndilo, propiciando um aumento na taxa de crescimento da cartilagem.
Assim, o deslocamento condilar com o aparelho propulsor provoca transdução a neoformação óssea na fossa e côndilo mandibular, por meio de alteração do equilíbrio muscular que foi descrita como “resposta pterigoidea” por McNamara Jr ou formação de uma “zona de tensão” distal ao côndilo.
Desse modo, a principal função dos propulsores mandibulares é estimular a remodelação óssea de estruturas mandibulares, a fim de que a relação maxila-mandíbula assume posição mais adequada em relação à base do crânio.
Retrognatismo mandibular
O retrognatismo mandibular é uma alteração com alta incidência e pode ocorrer por diversos fatores, como genéticos, respiratórios ou ausência de estímulo do crescimento mandibular.
A principal característica presente é um perfil ósseo convexo devido ao posicionamento mais posterior da mandíbula em relação a maxila, com overjet aumentado, existindo, na maioria das vezes, associação da alteração óssea com alterações dentárias.
Para além da estética, esse problema pode estar associado com outras importantes alterações, tais como apneia do sono e ronco tanto em crianças quanto em adultos. Além disso, em função da posição mais anterior dos incisivos superiores, o paciente tende a traumatizar os dentes com maior frequência, especialmente quando pratica esportes.
Desse modo, tratar o retrognatismo mandibular precocemente tende a reduzir danos na saúde geral, bem como reduzir os impactos estéticos, psicológicos ou de relacionamento social.
Como funciona o aparelho de propulsors mandibulares
Existem atualmente diferentes modelos de aparelhos que atuam como propulsores mandibulares, dentre eles, os mais conhecidos são o Twin Block, Bionator de Balters, Jasper Jumper, Aparelho de Herbst, Aparelho Powerscope. Confira abaixo como eles funcionam:
Twin Block
Este é uma aparelho dento-suportado e, portanto, com efeito dento alveolar. Isso significa que os resultados alcançados por meio deste tipo de aparelho, como a redução do trespasse horizontal, são gerados pela combinação da lingualização dos incisivos superiores, vestibularização dos incisivos inferiores e movimento anterior da mandíbula.
É um aparelho funcional removível confortável, porém necessita da colaboração do paciente para que os resultados possam ser alcançados. Estudos mostram que esse aparelho é capaz de contribuir para a redução do ângulo ANB, aumento no comprimento efetivo da mandíbula, aumento na altura facial, redução na convexidade facial, aumento da atividade dos músculos elevadores (masseter e temporal anterior).
Bionator de Balters
O bionator é um aparelho ortopédico funcional que foi desenvolvido por Wilhelm Balters na década de 50. Este aparelho é composto por corpo de acrílico, arco vestibular e arco palatino. O corpo é produzido em articulador orientado por uma mordida construtiva, determinando a relação sagital e vertical dos modelos.
Esse é um dos aparelhos funcionais mais usado para o tratamento da maloclusão de classe II com deficiência mandibular e seu objetivo é atuar por meio de forças próprias do organismo, movendo a mandíbula para frente, a fim de que, ao longo do tempo, ocorra uma melhora postural do arco inferior, bem como a melhora na relação maxilo-mandibular e no perfil do paciente.
Jasper Jumper
Esse aparelho é uma das estratégias de tratamento para a maloclusão de classe II, na qual a mandíbula encontra-se retruída, atuando de forma fixa, intraoral, flexível e com ação ortopédica, produzida pela ação de uma mola de aço inoxidável que se localiza entre os molares superiores e caninos inferiores, forçando a um distanciamento destes pontos de apoio.
Assim, este aparelho promove distalização dos molares superiores e estimula o avanço da mandíbula para uma posição mais anterior, o que favorece a correção da desarmonia entre as arcadas dentárias.
Aparelho de Herbst
Esse aparelho intrabucal possui ancoragem intermaxilar recíproca, o que significa que, ao avançar a mandíbula provoca uma reação igual e contrária na maxila. Desse modo, a instalação do Herbst induz um mecanismo de ação e reação, que por meio de uma força ortopédica promove resposta na remodelação da ATM e aumento no comprimento mandibular.
Uma das maiores vantagens desse tipo de propulsor mandibular é sua ancoragem fixa, visto que isso, além de gerar o avanço contínuo da mandíbula, também faz com que esse mecanismo não dependa da colaboração do paciente em usar o aparelho.
Herbst é um dispositivo bastante aclamado, ao qual nenhum outro se compara em relação ao seu potencial de explorar o máximo potencial de crescimento induzido da mandíbula.
Aparelho Powerscope
O aparelho powerscope é considerado um aparelho recente, dentro da história da ortodontia, e foi desenvolvido com o objetivo de tratar a Classe II por meio de um dispositivo de fácil instalação por parte do profissional e boa satisfação em relação ao conforto do paciente.
Ele oferece simplicidade e eficiência na correção da Classe II, além de afetar pouco a aparência facial do paciente durante o tratamento. Além disso, seu mecanismo ocorre por meio de 3 partes que se encaixam e alojam, internamente, uma mola de níquel titânio que fornece uma força de 260 gramas para ativação contínua durante o tratamento.
Sua principal diferença em relação ao Herbst é que atua mais sobre os elementos dentários do que sobre a remodelação óssea mandibular, por isso sendo mais utilizados em adultos do que em crianças em fase de crescimento. E suas principais vantagens estão relacionadas ao conforto e maior facilidade de higienização da cavidade bucal durante o tratamento, com menos acúmulo de restos alimentares.
Conclusão
Diagnosticar e tratar adequadamente a Classe II esquelética pode, em alguns casos, evitar a necessidade futura de cirurgia ortognática, além de contribuir precocemente com a autoestima do paciente frente a sua autoimagem.
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