A ortodontia é uma especialidade que possui uma alta demanda dentro dos consultórios odontológicos, especialmente pela melhora estética que ela traz ao sorriso do paciente e, claro, pela funcionalidade que ela otimiza ao estabelecer uma boa oclusão.

Tornar-se especialista, dentro dessa área, requer muito estudo e entrar em contato com diferentes técnicas que possam proporcionar melhores resultados e, dentre essas técnicas ortodônticas está a técnica bidimensional, bastante utilizada e difundida pelo Prof. Jorge Rodrigues no Brasil.

No conteúdo de hoje você vai entender um pouco mais sobre o que é essa técnica e como ela funciona. Continue a leitura!

O que é a técnica bidimensional na ortodontia?

A técnica bidimensional tem o objetivo de tratar todos os tipos de maloclusões, respeitando os limites biológicos da movimentação dentária, sem a necessidade de se ter grande estoque de bráquetes ou de se realizar dobras para compensações. Isso se torna possível pelo uso de bráquetes com slots de alturas diferentes em uma mesma montagem de aparelho.

Prof. Jorge Rodrigues, ortodontista experiente, ensina sobre a utilização de bráquetes pré-torqueados de Hilgers de canino a canino a fim de que seja realizado o torque adequado nos dentes anteriores e se obtenha bons resultados na correção de diferentes maloclusões, associando o tratamento a extrações dentárias e ancoragem, com o princípio de jamais piorar o perfil do paciente.

Como surgiu a técnica bidimensional?

A técnica bidimensional foi apresentada ao mundo pelo prof. Giuseppe Cozzani, em 1985, por meio do livro “Ortodontia: conceito prático” escrito em italiano em parceria com o prof. Antony Gianelli que, posteriormente, publicou um novo livro utilizando a técnica, em Boston (USA), no ano 2000.

Depois, a técnica continuou sendo difundida pelo Prof. João Carlos Martins, um dos autores do livro Ortodontia em Módulos – Slot livre ao bidimensional, publicado em 2022 pela Editora Napoleão.

Nacionalmente, temos também o grande prof. Jorge Rodrigues, que ensina a técnica bidimensional e conta sobre seus longos anos de estudo, busca pelo aperfeiçoamento e mais de 6.000 casos tratados com sucesso por meio desse método de tratamento.

Em quais tratamentos pode-se aplicar a técnica bidimensional?

             A técnica bidimensional não se restringe a apenas um tempo de desalinhamento dentário, podendo ser utilizada nos mais diversos tipos de maloclusões, especialmente pela possibilidade de associá-la a tratamentos com extrações dentárias e ancoragem. Abaixo você pode conferir alguns tipos de maloclusões sob as quais a técnica bidimensional pode ser bem empregada:

Tratamentos com extrações

Na técnica bidimensional, a extração dentária é vista como um procedimento que traz grandes vantagens ao tratamento ortodôntico, melhorando a protrusão, estética e função; otimizando a correção de apinhamentos; possibilitando a compensação em casos de Classe II leve a moderada; ou mesmo como um recurso a ser utilizado para a preparação da oclusão para pacientes que tem indicação de cirurgia ortognática (descompensação). Mesmo que a ortodontia esteja evoluindo, com o uso de alinhadores, a extração ainda será necessária e importante em muitos casos.

Casos de correção de mordida aberta

Durante a correção da mordida aberta, a extração dentária de quatro elementos, favorece o tratamento e correção desse tipo de alteração de forma satisfatória, de modo que a técnica bidimensional contribui para o reposicionamento adequado dos dentes anteriores, de forma controlada e segura.

Correções de apinhamento dentário

Em casos de apinhamento dentário, a técnica bidimensional torna o tratamento mais confortável, previsível e com menor duração. Assim, corrigindo o alinhamento anterior por meio de movimentos de torque e fechando espaços posteriores por meio de movimentos de mesialização.

 Tratamento de sobremordida profunda

Em casos de tratamento de sobremordida profunda, a extração dentária de pré-molares juntamente com o uso de fio de NiTi com curva inversa, pode proporcionar a intrusão controlada dos dentes com movimentos de torque que corrigem o overbite do paciente.

Correção de protrusão dentária

A extração dentária pode trazer maior resolutividade em casos de protusão ou biprotusão, com o alcance de resultados estéticos bastante satisfatórios. Nesses casos, o tratamento se inicia por meio da correção do alinhamento no arco inferior e, posteriormente, o overjet é corrigido por meio da técnica bidimensional no arco superior, tendo como referência o arco inferior previamente corrigido.

 Casos de distúrbios na oclusão dentária

Em casos de maloclusões que requerem cirurgia ortognática, o tratamento com extrações e técnica bidimensional pode ser realizado previamente à cirurgia, durante o preparo da oclusão do paciente e essa combinação tem apresentado bons resultados.

Vantagens da técnica bidimensional

A realização de torques manuais durante o tratamento ortodôntico com aparelho fixo, por meio de dobraduras no fio, não proporciona padronização nos tratamentos, o que consequentemente os torna mais desafiadores em relação aos resultados esperados. Com a técnica bidimensional, a previsibilidade se torna grande aliada para a maximização da qualidade da finalização dos casos. 

Confira abaixo algumas das principais vantagens apresentadas pela técnica:

Melhor controle do posicionamento dos incisivos

A utilização da técnica bidimensional, por meio de bráquetes pré-torqueados de canino a canino, traz a garantia de movimentações mais previsíveis e com controle de torque desse grupo dentário, corrigindo o posicionamento dos incisivos com maior eficiência.

 Maior conforto para o paciente

A possibilidade de se trabalhar com menos dobras e alças, utilizando bráquetes na prescrição adequada, torna o tratamento mais confortável para o paciente, otimizando o tempo de cadeira e a obtenção dos resultados desejados.

Otimização do tempo de tratamento

A maior parte das abordagens ortodônticas que não utilizam a técnica bidimensional  exigem maior tempo na cadeira para dobrar o fio e desconforto do paciente com efeitos não garantidos, além de maior incidência de descolagem de bráquetes quando há controle de torque apenas pela torção de fios. 

Como escolher os bráquetes para a técnica bidimensional?

             O Prof. Jorge Rodrigues, indica que nos incisivos superiores sejam utilizados bráquetes de 18×22, visto que, de acordo com Según Viazis, é mais fácil aliviar o efeito do torque pelo arco de menor tamanho, do que agregar torque ao arco. Os incisivos laterais superiores devem receber bráquetes de 18×14, pelas mesmas razões. E, em caninos, é indicado bráquetes com slot 18 +7º para que se tenha torque positivo, visto que desse modo há menos risco de impactação da lâmina cortical vestibular durante a impactação.

             Antigamente, os bráquetes precisavam ser selecionados manualmente a fim de que fosse realizada um configuração que atendesse aos princípios da técnica bidimensional, no entanto, atualmente existem sistemas comercializados que atendem aos requisitos necessários para esse tipo de tratamento.

             A Aditek contém em seu catálogo alguns sistemas de bráquetes que podem ser utilizados na técnica bidimensional, como o EasyClip+. Além disso, a Aditek também conta com um produto que é um grande diferencial no mercado: o Estojo EasyClip+ Jorge Rodrigues, que traz maior economia para o profissional, entrega em um único produto todos os acessórios e instrumentos necessários para a execução da técnica.  

Conclusão

             Apesar dessa técnica ainda não ser completamente difundida no Brasil, a história nos mostra que ortodontistas têm desenvolvido e refinado a técnica bidimensional ao redor do mundo há muitas décadas, a fim de simplificar o tratamento ortodôntico e permitir melhor padronização e previsibilidade de bons resultados.

             Com o lançamento recente do livro, Ortodontia em Módulos – Slot livre ao bidimensional, e com a formação de profissionais que aprendam a colocar a técnica em prática em seus casos clínicos, cada vez mais ortodontistas brasileiros desempenharão uma ortodontia de primeiro mundo.

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